À espera da luz…
Quantas horas?
Quando como luz
Ilumino a espera
E esboço a face
Da paciência
Com cores surreais
E formas sutis
Quando como sonho
Vivo a dor que prego
Sob a imagem do ser
Que sou
Quando sou o ser
Que sonha
Que imagina
A luz lá longe.
Quando a luz ilumina
Essa mesma imagem
Aqui mesmo
E que revela
O infinito escuro
À espera da luz…
Que se rompa a cruz
E que toda crença
Em dor devida
Se revele como
Nada mais do que alma
Que sofre de doença
Distorceu-se o matiz
Que a dívida
Seja paga então
E extraída sua raiz
E que sua estória se conte
Porque pagar é lei
Nesse poço de ofensas
Onde a carne separa
E o coração se rompe
Que o amedrontado
Sofredor aprenda
Que nada é tão sério
Que requeira
Carregar a arma e
Desertar a alma
Banhado em luz…
Tudo é.
Até a escuridão
Não seria si;
Ausente Tu
Para sonhar
A ti mesmo
À espera da luz…